quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Prestes a iniciar as gravações do filme

As gravações do filme “Infância de Monique” iniciam dia 5 de setembro. No entanto, o processo de produção teve início no começo do ano. O contato com os atores, técnicos e diretores convidados, a escolha das locações, as parcerias com produtoras locais também fazem parte desse processo lento do fazer cinema. Por se tratar de um projeto enxuto e de curtíssimo prazo, dia 29 de agosto faremos os primeiros ensaios com os atores principais do filme. Paralelamente aos ensaios, uma equipe de gravação irá estudar a iluminação e a captura de áudio. Vamos ao trabalho!

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Vídeo ou cinema marginal?

Só depois de muito tempo fui me perguntar se essa marginalidade do vídeo como estética ainda existia. Ou será que essa marginalidade do vídeo foi glamourizada pelos bilhões de dólares que a sétima arte arrecada? Será que o vídeo será glamourizado com todas novas tecnologias e melhorias na definição de suas imagens? Será que daqui há algum tempo iremos todos fazer cinema, simplesmente por termos uma definição comparada à película?Não podemos nem prever essas possibilidades, e nem mesmo podemos reduzir a linguagem de vídeo e a de cinema em qualidade e quantidade de pixels. Não estamos falando apenas de suporte, mas também de linguagem audiovisual.


“Já houve um tempo que o vídeo correspondia a uma prática significante marginal, às vezes até clandestina, tornando-se depois, com sua expansão e consolidação, um meio hegemônico, solidamente implantado no tecido social. O vídeo está hoje em todos os lugares, generalizado sob a designação mais ampla de audiovisual.” Essa fala de Arlindo Machado, e seus livros publicados sobre o assunto, preenchem bem algumas lacunas no mercado editorial que expõe a história do vídeo no Brasil e também falam um pouco sobre a documentação que compõem a trajetória da reflexão sobre o audiovisual no país e sua saída para um espaço generalizado.
Por estar cada vez mais consolidado em todos os lugares e possivelmente mais afastado da “margem” da produção audiovisual, não necessariamente o vídeo está se glamourizando, mas talvez se popularizando. Se existe uma “reação” do cinema ao vídeo, talvez por conta dessa manifestação popular, podemos dizer que sim. O cinema está se dirigindo para esta suposta “marginalização” para chegar à popularização.
Logicamente ainda estamos assistindo muitas discussões teóricas e práticas em torno desse assunto que vem desde a década de 80.
De forma que, as discussões sobre o assunto ressaltam um certo fetiche pela legitimação social e institucional que o cinema carrega. Diferentemente da crise de legitimidade do vídeo no seu início, e que hoje pode ser encontrada no campo da internet. A “web-arte” pode ser um exemplo disso.


O site Youtube ou o Vimeo que ainda esperam por uma definição feita por teóricos de plantão, traz consigo sua própria definição de compartilhar vídeos. Além disso, esse tipo de site é um cinemateca gigantesca. Mas assim como no vídeo, dos anos 80, esse espaço de web também está sendo incorporado ao cinema de alguma forma, afinal trata-se de produções caseiras dividindo espaço com produções megalomaníacas. É de fato, bem interessante você produzir um vídeo caseiro de cinco minutos e dividir o mesmo site de busca com um grande diretor hollywoodiano. Já estamos num outro espaço quando falamos de vídeo “marginalizado”. Independentemente da qualidade das produções, existem pontos em comum: o imediatismo e o perecível estão presentes em cada uma das milhares de postagens de vídeos na web. Será que essa quantidade assustadora de vídeos no Youtube que Arlindo Machado se referia quando falou que o vídeo está hoje em todos os lugares e absolutamente generalizado?


Fabrício Porto

Sobre o equipamento de gravação - Canon 7D SLR



Diferentemente da Rebel 500D XTI que não disponibiliza regulagem de velocidade de captura, ajustar a ISO, ou variar a abertura de diafragma. A 7D trás todas essas possibilidades, além de trabalhar 24 e 30 quadros por segundo em Full HD. A própria Canon, talvez, tenha dado um tiro no pé com o lançamento das câmeras com sistema SLR no ano passado. As vendas de câmeras convencionais de vídeo caiu muito, comparando com os outros anos, em compensação as vendas da 5D, 7D e 500D aumentaram consideravelmente.Não quero levantar a bandeira de que o cinema ficou mais fácil de ser feito. Talvez tecnicamente sim, mas em sua gênese, a sétima arte será sempre a arte de contar histórias projetadas num telão. Ai a criatividade é fundamental. Mas é inegável que as condições melhoraram, isso ninguém pode negar. Também não quero trazer a substituição da película em discussão, que há tantas décadas se mostrou insuperável. O que quero dizer é que hoje essa acessibilidade da qualidade fotográfica abre o campo para diretores que nunca sonhariam fazer um filme utilizando lentes intercambiáveis, por exemplo. Ou nunca pensariam em trabalhar com lentes macros, teles ou grandes angulares. Essa variedade de lentes que abrange as possibilidades de enquadramento e desfoques propositais que o cinema sempre utilizou. Ainda com relação ao foco, as lentes utilizadas para esse tipo de câmera tendem a ter uma distância focal muito sensível. Se for utilizada uma tele-objetiva/200, um leve desfoque será inevitável durante a gravação. Ainda falando dos pontos fracos da 7D, a captura de áudio deve ser feita separadamente da câmera, para uma sincronização de imagem e som ser feita posteriormente. Esperamos que o próximos lançamentos da Canon, Nikon, Sigma e talvez Leica possam melhorar a captura de áudio em suas câmeras.Mas esses dois pontos negativos não podem impedir um futuro cineasta de desembolsar cerca de R$ 5mil num equipamento de ponta. Agora é só esperar as novas produções cinematográficas saírem das gavetas dos novos cineastas do cinema digital.

sábado, 13 de agosto de 2011

Sobre o set de gravação

Antes de darmos início às gravações que começam em setembro, a equipe de produção iniciou as visitas nas primeiras locações do filme. Nesse primeiro momento, a produção deve ter em mente todos os detalhes relativos à iluminação, posicionamento de câmera e marcação de cena dos atores.

Um dos principais problemas na hora da gravação é o isolamento sonoro. A captação do diálogo deve ter o menor ruído possível de fora do set. Por se tratar de espaços, muitas vezes, próximo de ruas movimentadas, o som externo acaba sempre vazando. O direcionamento do microfone é fundamental para uma boa captura de áudio. Da mesma forma, a luz deve seguir uma continuidade durante a seqüência do filme. Todos os pontos de iluminação devem ser mapeados no set dando um ar real a cena.

O tempo de visitação de uma locação é fundamental para a agilidade na hora de gravar. Esse início de processo de escolha por melhores ângulos e um melhor aproveitamento da luz do local é fundamental para que não percamos preciosos minutos enquanto a câmera estiver ligada. Durante a gravação, toda a equipe deve estar ciente dos passos seguidos para que ocorra tudo bem no set.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

O processo de criação do roteiro - Fabrício Porto

Todo processo de confecção de um roteiro de baixo orçamento deve partir de um argumento simples, mas com um conflito principal que norteará o longa. No caso de um projeto enxuto, além de trabalharmos com um conflito simples, envolvendo principalmente dois personagens centrais, o roteirista deve estar ciente que o filme deverá contar com poucos recursos para ser viabilizado.


Ou seja, o roteirista deve escrever o roteiro pensando na produção e na exigência de cenários, locações e equipamentos de gravação que não devem ultrapassar os limites do orçamento. No caso de “Infância de Monique”, esse processo não foi diferente.


Desde o início da confecção do roteiro, que contou com a ajuda de Fábio Porto e de Jura Arruda, tínhamos em mente os complicadores de uma produção audiovisual com poucos recursos.Dessa forma, tivemos a preocupação em trazer o conflito principal bem desenhado durante o longa. O argumento, que parte de uma trama central, deverá levar o espectador a ser apresentado a uma história simples, com personagens complexos mas envolvente.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Saiu no Orelhada

Essa nota saiu na coluna Orelhada do jornal A Notícia do dia 03 de agosto de 2011.

"FILME"

"Sem querer esperar o resultado do Mecenato, Fabrício e Fábio Porto já começaram a tocar os trabalhos do longametragem de ficção “Infância de Monique”. Trata-se de um legítimo projeto coletivo entre artistas de Joinville. Se tudo correr bem, os planos são de começar a rodar em 5 de setembro"

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Um filme feito por muitos



O longa metragem “Infância de Monique” é um projeto que contará com a parceria de atores, produtores e assistentes de gravação. Muitos são profissionais que vão trabalhar na frente e atrás das câmeras, em alguns casos sem receber nada por isso. Clarice Steil e Samuel Kühn são exemplos de atores vindos do teatro de Joinville que toparam participar desse projeto, mesmo com os escassos recursos disponíveis.


Além de ser mais um representante do cinema joinvilense, o filme "Infância de Monique" trará novos ares e novas experiências para a produção local e irá mostrar a superação de artistas da região que acreditaram num projeto enxuto, porém realizável.


Por se tratar de um roteiro pensado para uma produção limitada financeiramente, esse filme não será apenas um longa de baixo custo. Mas será uma demonstração de que com organização, planejamento e alguns bons amigos, podemos realizar uma produção cinematográfica de ótima qualidade com a tecnologia disponível hoje. Vamos aos trabalhos!


Fabrício Porto (roteirista, produtor e diretor de fotografia)


Considerações sobre a linguagem do cinema e do vídeo

Muitas vezes, quando ouvia alguém dizer que “Fulano de tal” estava fazendo um filme ou que “Beltrano” era um ótimo cineasta, sem nunca ter tocado numa câmera de 35 milímetros eu me sentia provocado. Talvez por estar fazendo parte de uma transformação de mídias e linguagens audiovisuais completamente contemporâneas que tornaram possíveis pequenas produções saírem do papel. Dessa forma, o fator “cineasta” foi popularizado pelo próprio fator “videasta” ou popularmente chamado de “videomaker”.

Todos nós somos um pouco “cineastas” ou “videomakers”, não somente pela facilidade em parar numa lojinha de produtos de procedência duvidosa e comprar uma câmera “handycam” ou simplesmente ligar e pedir uma tekpixs e sair por ai apertando o “play”. Essa interferência de espaços entre cinema e vídeo acontece há algum tempo. Filmes como “A bruxa de Blair”, são exemplos de filmes, mesmo sendo gravados com uma câmera de vídeo. Já aqueles que fazem vídeo, sabem que estão fazendo vídeo, mas tem uma referência muito grande baseada no cinema e tentam passar isso para a coitada da “handycam” que não tem culpa nenhuma disso.

Hoje, essa mistura de vídeo e cinema é dominante, assim como sua dupla potencialização. O vídeo aparecendo como potencializador do cinema e vice-versa.

Podemos destacar cineastas que mesmo fazendo cinema já trabalhavam com os princípios da não-linearidade, da colagem, do “direto”, características da video-arte e da linguagem do vídeo que são usados nos filmes. Jean-Luc Godard com os procedimentos do cinema direto já traziam algumas dessas questões. Há sim uma transferência da estética e de linguagem, levando para o cinema as experimentações consolidadas no vídeo e vice-versa.

O documentário foi uma vertente transformada e renovada pelo vídeo, ainda herança do cinema novo no mundo todo. A captação simultânea do registro do momento e sua enunciação, que vai caracterizar e definir a própria linguagem da televisão e do vídeo. O cinema já tinha descoberto a fluidez do real e do instantâneo, explorando a duração por meio do plano-sequência, mas nada comparada ao gesto da câmera de vídeo e do olho livre que explora o espaço. Coisas que não se podia pensar em fazer com uma câmera obesa como a de 35 mm foi possível com o vídeo, também, pela sua praticidade e pelo menor preço. Assim o vídeo passou a ser considerado como rascunho e “bloco de anotações” por alguns teóricos.

A câmera de vídeo, trouxe a presença do “ao vivo” sem interrupção ao fazer coincidir o real e sua encenação. Assim a câmera se tornaria uma personagem, real e com vontade imediata. Só com o vídeo foi possível que a câmera passasse de mão em mão por um documentário, exemplo disso é o documentário “O prisioneiro da grade de ferro” de Paulo Sacramento que retrata a vida atrás das grades. Nesse documentário a câmera fica literalmente atrás das grades nas mãos dos presos, coisa que era impossível com uma câmera de cinema.

Antes mesmo de pensarmos nas “Handycams”, as câmeras de cinema portáteis em 16mm e as o super-8 já prometiam renovar ao fazer florescer o cinema de intervenção, o documentário, o cinema militante, de “câmera na mão” e o corpo-a-corpo com o real. Por tanto, hoje essa interação de cinema e vídeo não me provoca no sentido de tentar definir ou distinguir cinema e vídeo, mas sim entender os dois e misturá-los sem qualquer comprometimento teórico.

Só depois de muito tempo fui me perguntar se essa marginalidade do vídeo como estética ainda existia. Ou será que essa marginalidade do vídeo foi glamourizada pelos bilhões de dólares que a sétima arte arrecada? Será que o vídeo será glamourizado com todas novas tecnologias e melhorias na definição de suas imagens? Será que daqui há algum tempo iremos todos fazer cinema, simplesmente por termos uma definição comparada à película?

Não podemos nem prever essas possibilidades, e nem mesmo podemos reduzir a linguagem de vídeo e a de cinema em qualidade e quantidade de pixels. Não estamos falando apenas de suporte, mas também de linguagem audiovisual.

“Já houve um tempo que o vídeo correspondia a uma prática significante marginal, às vezes até clandestina, tornando-se depois, com sua expansão e consolidação, um meio hegemônico, solidamente implantado no tecido social. O vídeo está hoje em todos os lugares, generalizado sob a designação mais ampla de audiovisual.” Essa fala de Arlindo Machado, e seus livros publicados sobre o assunto, preenchem bem algumas lacunas no mercado editorial que expõe a história do vídeo no Brasil e também falam um pouco sobre a documentação que compõem a trajetória da reflexão sobre o audiovisual no país e sua saída para um espaço generalizado.

Por estar cada vez mais consolidado em todos os lugares e possivelmente mais afastado da “margem” da produção audiovisual, não necessariamente o vídeo está se glamourizando, mas talvez se popularizando. Se existe uma “reação” do cinema ao vídeo, talvez por conta dessa manifestação popular, podemos dizer que sim. O cinema está se dirigindo para esta suposta “marginalização” para chegar à popularização. Logicamente ainda estamos assistindo muitas discussões teóricas e práticas em torno desse assunto que vem desde a década de 80.

De forma que, as discussões sobre o assunto ressaltam um certo fetiche pela legitimação social e institucional que o cinema carrega. Diferentemente da crise de legitimidade do vídeo no seu início, e que hoje pode ser encontrada no campo da internet. A “web-arte” pode ser um exemplo disso.

O site Youtube que ainda espera ser definido por teóricos e estudiosos, traz consigo sua própria definição de compartilhar vídeos que você mesmo faz. Além disso, o Youtube é um cinemateca gigantesca que qualquer um pode ver o programa da Chacrinha dos anos 80 e ao mesmo tempo assistir um trailer de um bom filme que ainda não passou nos cinemas.

É aterrorizante para alguns, você fazer uma pequena produção, qualquer coisa, qualquer bobagem, e não colocar no Youtube. Com certeza você será massacrado ao dizer que ainda não colocou no Youtube. Mas assim como no vídeo, dos anos 80, esse espaço de web também está sendo incorporado ao cinema de alguma forma, afinal trata-se de produções caseiras dividindo espaço com produções megalomaníacas. É de fato, bem interessante você produzir um vídeo caseiro de cinco minutos e dividir o mesmo site de busca com um grande diretor hollywoodiano. Já estamos num outro espaço quando falamos de vídeo “marginalizado”.

Independentemente da qualidade das produções, existem pontos em comum: o imediatismo e o perecível estão presentes em cada uma das milhares de postagens de vídeos na web. Será que essa quantidade assustadora de vídeos no Youtube que Arlindo Machado se referia quando falou que o vídeo está hoje em todos os lugares e absolutamente generalizado?

Não é de hoje que trechos de vídeos são inseridos nos filmes para dar um tom real a seqüência cinematográfica. Isso foi uma das marcas do pos-modernismo dos anos 80. Com essa interferência do vídeo no cinema podemos demonstrar um pouco do desgaste das narrativas clássicas do cinema. Mas ainda não podemos dar à câmera de vídeo a tarefa de desconstruir essa narrativa cinematográfica contemporânea.

Não sei se justifica, mas a ficção nos “curta-metragens” e o vídeo independente viveu um momento de explosão nos anos 80, ou ainda está vivendo. Ainda desconheço algum vídeo-ficção que alcançasse algum diferencial que pudesse separar definitivamente o vídeo-ficção do cinema-ficção. O filme “Cama de gato” de Alexandre Stockler pode ajudar o entendimento dessa interferência do vídeo na sétima arte.

O longa retrata a vida de adolescentes que acabam cometendo vários crimes dentro de um roteiro quase que absurdo. Nesse filme, gravado em câmera digital, e posteriormente transferido para película, tem como base a câmera na mão que procura a cena, assim como num vídeo caseiro. No final, há uma seqüência de entrevistas com adolescentes de classe média que acaba por dar todo o aspecto de realidade “bruta” que o filme quer passar o tempo todo. Mas isso só acontece com a intervenção do vídeo. Talvez, a grande metamorfose do vídeo-ficção só possa acontecer quando é confrontada com a ficção cinematográfica.

Nos anos 90, com a explosão do movimento do “Dogma” dinamarquês, os filmes como: Ondas do Destino e Os idiotas, de Lars von Trier ou Festa de Família, de Thomas Vinterberg utiliza técnicas do documentário. A câmera registra uma ficção cinematográfica que provoca o espectador por procurar muitas vezes a imagem como um cinegrafista amador. A forma documentária da câmera de vídeo assumida em alguns desses filmes busca uma renovação dos recursos ficcionais tradicionais do cinema e utiliza a “estética” do vídeo.

O curioso é que os filmes do “Dogma”, com suas imagens escuras, instáveis e muitas vezes “sujas” acabam por estar sendo aceitas e entendidas como o olho “amador”, não-adestrado, não-profissional. Mesmo assim são chamados de filmes.
Essa relação filme e vídeo na mesma produção, pode estar relacionado ao aumento gradual da produção audiovisual industrial com as imagens feitas em casa, registrando um aniversário familiar, ou um simples almoço em família. Afinal, quem está invadindo o espaço de quem nessa história? O vídeo que entra no espaço do cinema ou o cinema que invade o espaço do vídeo?