quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Um caminho extenso...


Lembro que em 1989 eu tive meu primeiro contato com uma produção audiovisual. Tínhamos uma câmera VHS emprestada numa tarde de domingo. Reunimos os amigos e gravamos uma historinha de comédia, mais pra trash do que outra coisa. Bem, naquela época não sabíamos o que era um trash. Mas a diversão foi garantida, gravamos várias cenas em seqüência, pra facilitar a edição. E no outro final de semana colocamos dois videocassetes ligados para fazer a edição, muito maneiro. A edição se baseava em “rec” e “pause”.
Depois de ter a fita máster editada, colocamos outra que seria a fita acabada. E no momento que entraria a trilha sonora, nós, rapidamente, trocávamos o cabo do áudio do videocassete pelo cabo do aparelho de som. O resultado foi uma brilhante porcaria. Brilhante no sentido de criar um audiovisual com esses poucos recursos. Porcaria no sentido real da palavra, mesmo.
Nestes 22 anos, acompanho a evolução tecnológica do audiovisual e me parece que sempre haverá outras fronteiras para serem alcançadas. O cinema 3D que o diga. Então chegam os puritanos e dizem “o verdadeiro cinema se baseia na criatividade das histórias”. Mas se você não tiver acesso ao mínimo de tecnologia como irá mostrar a história?
Examinando os filmes antigos que ainda me inspiram, posso perceber certos enquadramentos ou movimentos de câmera que hoje não funcionam como em épocas passadas. E isso me permite descobrir caminhos que ainda não experimentei. Enquadramentos que me fazem suspirar e novos percursos que ainda irei decifrar.
Em “Infância de Monique” uma nova fronteira se apresenta. O desafio de se construir um longa-metragem com parcos recursos é ultrapassado pela farta vontade dos envolvidos. E o maior empecilho não é a falta de recursos, mas sim a falta de tempo para concretizar as cenas. Ao final de cada gravação percebemos o cansaço e o contentamento de cada um. Assim, faço aqui um agradecimento especial a cada um que abraçou esta ideia.
Clara, pelo empenho e pesquisa constante que faz e mostra em cada cena. Samuel, pelo talento e pela paixão em repetir a cena quantas vezes for preciso. Flavinho, pela dedicação e garra de se pendurar onde for preciso para garantir o melhor aproveitamento da luz. Albanir, além do talento como compositor, pelo comprometimento em ajudar nas gravações quando possível. Benta, sempre disposto a entrar na jogada quando chamado. Vini, por abraçar a causa sem precedentes. Ilaine, pela paixão e disposição em voltar a Joinville para encarar essa parada. João, pela raça de se dispor a entrar nessa roubad... digo, jogada. Ao Jura pelo investimento e ajuda no roteiro. E finalmente ao Fabrício, por inventar essa história maluca e reunir esse povo todo.
Se esqueci de alguém me enforquem.
Abraços cinematográficos para todos
Fábio Porto

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