Lembro que em 1989 eu tive meu primeiro contato com uma produção audiovisual. Tínhamos uma câmera VHS emprestada numa tarde de domingo. Reunimos os amigos e gravamos uma historinha de comédia, mais pra trash do que outra coisa. Bem, naquela época não sabíamos o que era um trash. Mas a diversão foi garantida, gravamos várias cenas em seqüência, pra facilitar a edição. E no outro final de semana colocamos dois videocassetes ligados para fazer a edição, muito maneiro. A edição se baseava em “rec” e “pause”.
Depois de ter a fita máster editada, colocamos outra que seria a fita acabada. E no momento que entraria a trilha sonora, nós, rapidamente, trocávamos o cabo do áudio do videocassete pelo cabo do aparelho de som. O resultado foi uma brilhante porcaria. Brilhante no sentido de criar um audiovisual com esses poucos recursos. Porcaria no sentido real da palavra, mesmo.
Nestes 22 anos, acompanho a evolução tecnológica do audiovisual e me parece que sempre haverá outras fronteiras para serem alcançadas. O cinema 3D que o diga. Então chegam os puritanos e dizem “o verdadeiro cinema se baseia na criatividade das histórias”. Mas se você não tiver acesso ao mínimo de tecnologia como irá mostrar a história?
Examinando os filmes antigos que ainda me inspiram, posso perceber certos enquadramentos ou movimentos de câmera que hoje não funcionam como em épocas passadas. E isso me permite descobrir caminhos que ainda não experimentei. Enquadramentos que me fazem suspirar e novos percursos que ainda irei decifrar.
Em “Infância de Monique” uma nova fronteira se apresenta. O desafio de se construir um longa-metragem com parcos recursos é ultrapassado pela farta vontade dos envolvidos. E o maior empecilho não é a falta de recursos, mas sim a falta de tempo para concretizar as cenas. Ao final de cada gravação percebemos o cansaço e o contentamento de cada um. Assim, faço aqui um agradecimento especial a cada um que abraçou esta ideia.
Clara, pelo empenho e pesquisa constante que faz e mostra em cada cena. Samuel, pelo talento e pela paixão em repetir a cena quantas vezes for preciso. Flavinho, pela dedicação e garra de se pendurar onde for preciso para garantir o melhor aproveitamento da luz. Albanir, além do talento como compositor, pelo comprometimento em ajudar nas gravações quando possível. Benta, sempre disposto a entrar na jogada quando chamado. Vini, por abraçar a causa sem precedentes. Ilaine, pela paixão e disposição em voltar a Joinville para encarar essa parada. João, pela raça de se dispor a entrar nessa roubad... digo, jogada. Ao Jura pelo investimento e ajuda no roteiro. E finalmente ao Fabrício, por inventar essa história maluca e reunir esse povo todo.
Abraços cinematográficos para todos
Fábio Porto
...tenho certeza que será um sucesso, abs a todos...
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